Mulheres no mercado de Criptomoedas

Elas ainda são minoria, mas conquistam seu espaço e enxergam nas criptomoedas uma forma de independência financeira

As criptomoedas não são uma novidade, mas já foram vistas como um mercado de investimentos tipicamente masculinos. Com a valorização e destaque do Bitcoin em 2021, as moedas digitais chamaram a atenção e despertaram o interesse do público feminino.

Independência financeira com Criptomoedas

Se em 2009 apenas o Bitcoin existia no mercado, hoje há um grande portfólio de criptomoedas disponíveis e elas podem variar suas carteiras. Uma pesquisa feita pela Blockfi com mulheres americanas mostra que 92% delas já ouviram falar sobre o investimento, porém apenas 24% já investem.

A questão do gênero

Um estudo feito em 2021 pela Global Gender Gap Report teve um resultado não muito animador. Ele mostra que pode demorar quase 136 anos para que a quantidade de mulheres investidoras em criptomoedas seja igual ou muito próxima à dos homens!

Como o ambiente ainda é predominantemente masculino, muitas delas acabam se sentindo inseguras. Sem contar que, para 72% delas, o investimento em criptomoedas é visto como de alto risco.

Ainda assim, apesar das inseguranças e dos muitos desafios a serem superados, o cenário pode ser visto como positivo. Entre as mulheres que já aplicam seus rendimentos nas moedas digitais, 70% compraram e nunca venderam, por enxergarem esse investimento como de longo prazo. No Brasil, a estimativa é de que 11% dos investidores de criptomoedas são do sexo feminino, estando acima da média mundial, que não ultrapassa os 5%.

A chance de fugir do tradicional

Muitas mulheres estão entrando no mercado cripto como uma oportunidade de ter liberdade financeira, expandir seus negócios e fugir do tradicional. Segundo Daniela Von Hertwig Meyer, África, América Latina e Oriente Médio são os continentes com mais histórias de superação relacionadas à moeda digital.

São mulheres que mudaram não apenas a própria vida e de suas famílias, mas focaram em trabalhar em projetos sociais e educativos que ajudem outras pessoas a se arriscarem por este mercado.

No Brasil também existem casos parecidos, como o das empreendedoras fundadoras da UseCripto, Carol Souza e Kaká Furlan. Antes de terem seu canal e auxiliarem quem deseja investir nas moedas digitais, eram donas de uma clínica de estética. Elas perceberam a existência de conteúdo sobre o assunto, mas sem muito aprofundamento. Para as mulheres que buscam algo mais estável, isso seria ruim.

Assim, em entrevista para a Forbes, as investidoras comentaram que “se tem outras pessoas buscando sobre isso, assim como nós, e não está encontrando esse tipo de conteúdo, então talvez a gente possa se juntar a essa galera e produzir conteúdo voltado para a educação financeira cripto”.

Um espaço nos NFTs

As criptomoedas não foram o único investimento cripto que despertou o interesse feminino. Os NFTs, tokens não fungíveis, funcionam como certificados com foco no direito autoral de fotos, vídeos, músicas e até memes. Ou seja, o foco está na propriedade intelectual, e a tendência é conquistar ainda mais espaço.

Caroline Nunes, advogada e especialista em propriedade intelectual, afirmou, em entrevista para a Exame, que “na época em que iniciei meus estudos não tinha tanta noção, mas hoje eu noto que este universo possui poucas mulheres. Em cada dez pessoas que eu converso, nove são homens”.

Em quem se inspirar

Caso esteja pensando em entrar para o mercado cripto, o primeiro passo é não ter medo. Hoje existem muitas profissionais dispostas a ajudar outras mulheres, e você pode se inspirar nelas:

  • Sabrina Coin: fala sobre Dash, Cardano e Bitcoin;
  • Ana Paula Rabello: explica sobre os impostos relacionados às criptomoedas;
  • Daniela Von Hertwig: explica o investimento em criptomoedas de uma forma simples;
  • Giovana Simão: fala bastante sobre Bitcoin e tem como lema “Invista como uma garota”;
  • Carol e Kaká: fundadoras do EsCripto, explicam de forma bastante detalhada como entrar neste mercado;
  • Rosine Kadamani: a advogada não foca apenas nas criptomoedas, mas nos criptoativos, tanto que é a fundadora da Blockchain Academy.

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